Acordo de repente com a tua imagem a pairar nos meus sonhos. Num gesto rápido, enquanto tento abrir os olhos adormecidos pelo sono, olho em redor e apercebo-me de que estou só. Olho para o teu lado da cama e não te encontro. Passo a minha mão pelos lençóis, talvez na esperança de ainda sentir o teu calor, mas apenas sinto o frio gélido da tua ausência. Caio na cama como se o meu corpo enfraquecesse. Respiro fundo, dou meia volta na cama e olho para a janela. O dia ainda não nasceu.
No quarto existe apenas uma cama e uma janela, de onde saem tímidos raios de luz dos candeeiros que iluminam as ruas e que se reflectem na cama e no branco das paredes e do tecto. Há um silêncio ensurdecedor, silêncio apenas interrompido pelo som dos grilos lá fora. Fixo agora um ponto qualquer no tecto e fico em silêncio. Não sei quanto tempo fiquei ali, sozinha, no escuro do quarto, em silêncio, mas pareceu uma eternidade. Ali sozinha, naquele espaço, sinto-me pequena, tudo assume uma outra dimensão, uma dimensão gigantesca. Esfrego os olhos com toda a minha força, como se quisesse acordar de um pesadelo. Quero acordar desta saudade. Tenho vontade de gritar, como disse Peixoto: “entre mim e o meu silêncio há gritos de cores estrondosas”. Era assim que me sentia.
Fecho os olhos e tento adormecer, mas é inútil. Decido ouvir música para me alienar destes pensamentos e da saudade, mas tudo me faz lembrar de ti. Não sinto sono mas quero adormecer, para também adormecer a minha saudade de ti.
Faz hoje sete dias e algumas horas que partiste e faz hoje sete dias e algumas horas que te olhei pela última vez. Lembro-me de cada pormenor teu, do teu riso, de quando cantas pela casa em jeito de brincadeira, da forma como me olhas, da forma do teu corpo, do sabor dos teus beijos, do teu cheiro...sabes, o meu abraço ainda tem a forma do teu corpo.
As lembranças que tenho de ti são das mais brilhantes que alguma vez guardei, tão brilhantes como as estrelas que vimos naquela noite. Lembras-te? Lembras-te do nosso pedido de desejo enquanto olhávamos para a estrela cadente que irrompia pelo céu? Nunca tinha visto um céu tão estrelado. São tantas as memórias, tantos os momentos, mas ás vezes só queria largá-los por instantes, para me esquecer do coração apertado durante semanas, na ausência da outra metade que existe longe, na tua ausência.
Fecho os olhos e tento adormecer, mas é inútil. Decido ouvir música para me alienar destes pensamentos e da saudade, mas tudo me faz lembrar de ti. Não sinto sono mas quero adormecer, para também adormecer a minha saudade de ti.
Faz hoje sete dias e algumas horas que partiste e faz hoje sete dias e algumas horas que te olhei pela última vez. Lembro-me de cada pormenor teu, do teu riso, de quando cantas pela casa em jeito de brincadeira, da forma como me olhas, da forma do teu corpo, do sabor dos teus beijos, do teu cheiro...sabes, o meu abraço ainda tem a forma do teu corpo.
As lembranças que tenho de ti são das mais brilhantes que alguma vez guardei, tão brilhantes como as estrelas que vimos naquela noite. Lembras-te? Lembras-te do nosso pedido de desejo enquanto olhávamos para a estrela cadente que irrompia pelo céu? Nunca tinha visto um céu tão estrelado. São tantas as memórias, tantos os momentos, mas ás vezes só queria largá-los por instantes, para me esquecer do coração apertado durante semanas, na ausência da outra metade que existe longe, na tua ausência.
Esta noite, queria telefonar-te para ouvir a tua voz, ou viajar até á tua cidade, que também já é a minha cidade, para te reencontrar e percorrer três horas de distância apenas para te abraçar.
[Sophie]